sábado, 8 de setembro de 2007

O cowboy, a garota de programa e eu - Parte I

Eram quase 23h ontem, quando o cowboy (apelido que algumas amigas deram a ele, quando contei que ele gostava de rodeios e de se vestir a caráter) me ligou. Eu estava em casa, lendo. Amigos haviam me convidado para ir à praia, mas não estava com ânimo, minha família (pais, irmão e cunhada) estão em Bonito-MS, para onde eu também não quis ir, pois estava muito cansada e provavelmente voltaria de qualquer uma dessas viagens mais cansada ainda. Eu precisava estar só. E falei isso ao cowboy.

O cowboy é irresistivelmente gostosinho. Apesar de não termos muito em comum (rodeio não é exatamente a minha praia), continuamos mantendo contato. Nos conhecemos numa dessas salas de bate-papo, num dia em que os dois estávamos carentes e saímos algumas vezes. Bonitinho e gostosinho - é como eu o definiria se alguma das minhas amigas quisesse sair com ele.

Insistiu tanto que eu cedi. Pedi um tempo para trocar de roupa e me arrumar. Perguntei se iríamos direto ao motel ou se ele queria "enrolar" um pouco, em algum lugar, antes. Ele ficou em silêncio do outro lado da linha, deve ter ficado embaraçado com a minha "sutileza"... hahahaha... pedi desculpas por ser direta (na maior parte do tempo costumo ser objetiva e direta, não gosto muito de rodeios - literal e subjetivamente). Ele comentou que gostaria que déssemos um passeio de carro pela cidade antes. Por mim, tudo bem.

***
Paramos em um barzinho. Ficamos conversando sobre trabalho, amigos, sexo. Eu já estava um pouco alterada quando ele perguntou se eu estava a fim de realizar "aquela" fantasia. Me fiz de desentendida e perguntei: "qual delas?".

- A do strip.

Ah, claro. A do strip. Ontem eu estava indiferente. Para mim tanto fazia, mas como ele parecia excitado com a idéia, falei que poderíamos passar pela "av. da putaria" para ver se encontrávamos alguma menina do nosso gosto. E fomos.

Não sei exatamente por quê, mas me senti constrangida ao passar por ali. Vi várias meninas que pareciam ter, no máximo, 14 anos. Com 14 anos eu nem tinha idéia do que era sexo. Senti uma angústia. Estava perdida em mim, quando o cowboy parou o carro, baixou o vidro e esperou que a garota perto do poste viesse até ele. Era uma garota bonita, branca, cabelos ruivos e lisos. Pergutou quanto era o programa, ela disse que R$ 200 para casal, por uma hora e meia, e o cowboy começou a barganhar. Me senti mal, talvez por eu também pertencer à condição feminina e me colocar no lugar dela, e pedi para ele parar com aquilo. Olhei para ela e disse que a gente pagaria os R$ 200. Se ele não pagasse, eu pagaria. O cowboy ficou olhando para mim, surpreso, e perguntei se ele tinha gostado dela, ele fez que "sim" com a cabeça, então eu falei para ela entrar no carro.


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