segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Anja, F. e Dr. Fritz

Hoje, lá pelas 17h, meu celular tocou, escandalosamente. Eu estava no banho e o celular, em cima da pia do banheiro. Me enxuguei um pouco (será que atender o celular debaixo do chuveiro dá choque?) e estiquei o braço para pegar o celular. Era a Anja. Eu a chamo assim porque nos conhecemos num momento em que eu não estava muito bem, na verdade, NADA bem. Um dia eu conto essa história.

Ela pediu para que eu fosse vê-la na casa de um amigo do marido dela, falava e chorava ao mesmo tempo. Eu não entendia nada e comecei a me desesperar. Eu perguntava o que era e ela só chorava, chorava... terminei o banho e fui até o endereço que ela tinha me dado. Era uma casa discreta, num bairro discreto da cidade. Tudo arborizado e silencioso. Senti um pouco de medo... mas fui em frente e toquei a campainha. Um cara veio me atender, me conduziu até a sala, em silêncio. Tinha uma fisionomia preocupada. A Anja, logo que me viu, pulou no meu pescoço, trêmula e chorosa. Eu a abracei e perguntei o que estava acontecendo.

O cara que até então estava quieto, começou a explicar que o F., marido da Anja, quase morrera de overdose havia alguns minutos. Nos sentamos no sofá e, enquanto eu segurava a mão da Anja, ele começou a explicar sobre os efeitos da cocaína. Perguntei, ingenuamente, se ele também usava drogas (para saber tudo aquilo que estava dizendo...) e ele disse que não, que era médico e que havia estudado alguns anos com o F., até ele largar a faculdade, provavelmente por causa das drogas. Depois de um tempo, eu não conseguia mais prestar atenção ao que ele falava. Eu só queria sair dali e levar a Anja e ouvir o que ela tinha pra me dizer.

Trouxe a Anja comigo e o F. ficou na casa do "Dr. Fritz" (porque ele falava como se estivesse recebendo alguma entidade, tinha um certo sotaque que não consegui identificar).

A Anja tinha comentado algo sobre isso, que o F. usava drogas, antes de se casar. Depois do casamento, nos encontramos várias vezes, mas sempre que eu perguntava dele, ela dizia que ele estava bem (e, realmente, sempre que eu o via, ele parecia estar bem). De certa forma, achei que ele tivesse parado de se drogar por amor a ela. Ela merece esforços bem maiores que esse, aliás. É uma pessoa maravilhosa e que não mede esforços para fazer o bem para quem quer que seja. Até hoje não entendo muito bem por que ela quis se casar com ele. Talvez tenha sentido que a missão dela era essa: salvar o cara do caminho das trevas e se lançou de corpo e alma na cruzada.

Chegamos em casa, a Anja estava calada e eu respeitei seu silêncio. Tinha um pouco de sangue e baba (?) na roupa. Entrei no banho com ela. Lavei seu cabelo, ensaboei o seu corpo, na expectativa de que sua alma também saísse dali um pouco mais limpa. Ela tentou me beijar, dei um selinho nela, e continuei ensaboando-a. Nos enxugamos, passei um creme suave em seu corpo, enquanto ia massageando seus músculos ainda tensos. Dei uma camiseta velha pra ela vestir e sequei seu cabelo. O Dr. Fritz me deu uns comprimidos de Valium, caso fosse necessário, mas achei que um chá de camomila seria melhor.

Depois do chá, fiz com que ela se deitasse para dormir um pouco. Ela pediu para que eu ficasse na cama com ela até ela pegar no sono. Deitei ao seu lado e ficamos em silêncio. Parecia mais calma agora. De repente, me abraçou, retribuí o abraço e senti suas pernas se enroscando nas minhas, embaixo dos vários cobertores e edredom. Tentei me desvencilhar dela com delicadeza, e ela me perguntou se eu não gostava mais dela. Ora, que pergunta! Claro que eu gostava dela! Só que aquele não era o momento para fazermos o que ela queria que fizéssemos. Não queria me aproveitar da fragilidade dela, não queria nada, só queria que ela ficasse bem, que fosse forte nesse momento.

Vendo-a triste, não resisti. Beijei-a demoradamente, enquanto minhas mãos passeavam por suas costas, cabelos e pernas. Depois de alguns minutos, ela pareceu sonolenta (efeito do chá de camomila!) e fiquei acariciando seu cabelo até que algum sonho a levasse para um outro mundo. Como antigamente.


Um comentário:

Anônimo disse...

Sumire, foi super excitante teu relato. Tenho esta mesma fantasia só que queria também ver as duas transando.
Ah, se eu tivesse uma amiga como a Sumire aqui na minha cidade...

Gu